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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

2 A Primeira Cruzada


Mosaico medieval, cruzadas combatem muçulmanos. A conquista de Jerusalém foi uma das metas da Primeira Cruzada, que durou de 1096 a 1099

Foi chamada também de Cruzada dos Nobres ou dos Cavaleiros. Ao pregar e prometer a salvação a todos os que morressem em combate contra os pagãos (leia-se, muçulmanos) em 1095, o Papa Urbano II estava a criar um novo ciclo na história mundial.

É certo que a idéia de juntar um bando de gente armados com espadas e tocha e mandá-los para matar os inimigos hereges não era algo totalmente novo, pois já no século IX se declarava que os guerreiros mortos em combate contra os muçulmanos na Sicília mereciam a salvação eterna. Mas desta vez a salvação não era prometida numa situação excepcional.
Urbano II declarou que não apenas todos os pecados dos cruzados seriam perdoados, mas que todo aquele que morresse nesta “Guerra Santa” teria seu lugar garantido no Céu. O problema com isso é que a Primeira cruzada acabou “recrutando” todo tipo de bandido, estuprador, mercenário e vilão que você puder imaginar. Todo aquele que era um pária na Europa enxergou na cruzada uma chance de desaparecer de seus algozes, ficar com a ficha limpa e ao mesmo tempo matar, pilhar e destruir à vontade “em nome de Jesus”. Tudo gente finíssima nas cruzadas…
Por volta de 1097, um exército de 30 mil homens, dentre eles muitos peregrinos, cruzou a Ásia Menor, partindo de Constantinopla. A cruzada dos cavaleiros, possuindo recursos, embora progredindo devagar, fizera um acordo com o imperador de Bizâncio de lhe devolver os territórios conquistados aos turcos. Esse acordo seria desrespeitado, claro, à medida que o mal-entendido entre as duas partes cresceria.
 
E quem eram os “nobres” das cruzadas?
 
Imagine que você seja um nobre europeu feudal do século X ou XII. O filho primogênito era tradicionalmente o herdeiro de tudo o que o seu pai tivesse, e era devidamente preparado para assumir as responsabilidades de vassalo ou nobre de acordo com a posição das terras de seu pai; o filho mais novo era, por tradição, destinado à Igreja ou ao Clero, para manter o povo sob o domínio do Cristianismo: eram enviados para os mosteiros para estudar ou para serem introduzidos no catolicismo (desculpem pelo trocadilho…). As nobres fêmeas eram leiloadas em grandes festas junto a outros nobres, dentro de acordos políticos e diplomáticos realizados entre os Senhores Feudais; fora do Sul da França e dos Territórios Celtas, as mulheres não tinham muito poder de decisão de nada, sendo valorizadas mais por sua beleza do que por seus atributos mentais (estas festas deram origem ao que hoje em dia chamamos de “Festas de Debutantes”). Aos irmãos “do meio”, sobrava um abraço e um aperto de mão: não tinham direito a nada.
 
Neste aspecto, as Cruzadas se ofereciam para eles como algo realmente tentador: comandar um monte de crentes, peregrinos, bandidos e assassinos “em nome de Jesus”, matar vários hereges e, quem sabe, virar um nobre dono de terras no Além Mar? Parecia uma ótima idéia!
 
As tensões entre os bizantinos e os cruzados
 
Os bizantinos queriam um grupo de mercenários solidamente enquadrados ao qual se pagasse o soldo e que obedecessem às ordens – não aquelas turbas de remelentos indisciplinados; por outro lado, os cruzados não estavam dispostos, depois de tantos sacrifícios, a entregar o que obtinham.
 
Apesar da animosidade entre os líderes e das promessas quebradas entre os cruzados e os bizantinos que os ajudavam, a Cruzada prosseguiu. Os turcos estavam simplesmente desorganizados. A cavalaria pesada e a infantaria franca não tinham experiência em lutar contra a cavalaria leve e arqueiros turcos, e vice-versa. No final das contas, a resistência e a força dos cavaleiros venceram a campanha em uma série de vitórias, a maioria muito difíceis.
 

 
Em 19 de Junho de 1097, os cruzados cercaram e tomaram Nicéia, devolvendo-a aos bizantinos, e logo tomaram o rumo de Antioquia. Em julho, foram atacados pelos turcos em Dorileia, mas conseguiram vencê-los e, após penosa marcha, chegaram aos arredores de Antioquia em 20 de outubro. A cidade de Antioquia somente cairia, após longo cerco, a 3 de Junho de 1098, com a ajuda de um sentinela armênio que facilitou a entrada dos cruzados nas muralhas da cidade. Seguiu-se um saque terrível da população muçulmana da cidade, que ficou na posse de Boemundo de Taranto, o chefe dos normandos.

Godofredo de Bulhão, após longo cerco, conquistou Jerusalém atacando uma guarnição fraca em 1099. A repressão foi violenta. Segundo o arcebispo Guilherme de Tiro, a cidade oferecia tal espetáculo, tal carnificina de inimigos, tal derramamento de sangue que os próprios vencedores ficaram impressionados de horror e descontentamento.

Conta-se que haviam rios de sangue correndo pelas ruas da cidade…


Godofredo de Bulhão
 
Godofredo de Bulhão ficou só com o título de protetor e, à sua morte, Balduíno, seu irmão, proclamou-se rei. Após a vitória, era preciso organizar a conquista. Para dividir os territórios conquistados entre os principais nobres que participaram da matança, surgiram quatro estados cruzados, conhecidos coletivamente como Outremer (”Ultramar”), do norte para o sul: o Condado de Edessa, o Principado de Antióquia, o Condado de Trípoli, e o Reino de Jerusalém.

O sucesso da primeira cruzada pelas tropas de Noobs foi até certo ponto uma surpresa e ocorreu porque os cruzados chegaram num momento de desordem naquela periferia do mundo islâmico. Uma vez conquistado o território ao inimigo, os cruzados, cujos desentendimentos com os bizantinos começaram ainda durante a campanha, não mais quiseram devolver as terras aos seus irmãos de fé cristã do Império Bizantino. Balduíno teria dito, inclusive, para o Imperador Bizantino a seguinte frase: “Perdeu, playboy”.
 
Muitos dos combatentes retiraram-se de Jerusalém (incluindo os grandes senhores), mas um núcleo ficou (cálculos chegam a falar de algumas centenas de cavaleiros e um milhar de homens a pé). As cidades principais (como Antioquia e Edessa) tornarem-se capitais de principados e reinos (embora Jerusalém fosse de certo modo o centro político e religioso), com outras marcas a protegê-los.
 
O sistema feudal foi transplantado para o oriente com algumas alterações: muitas vezes, em vez de receber feudos, os cavaleiros eram pagos com direitos ou rendas (modalidade que existia também na Europa). As cidades mercantis italianas tornaram-se fundamentais para a sobrevivência desses estados: permitiram a chegada de reforços e interceptar os movimentos das esquadras muçulmanas, tornando o Mediterrâneo novamente um mar navegável pelos ocidentais.
 
Mas os muçulmanos iriam reagir…
 
De qualquer modo, nos anos seguintes, com a euforia da vitória, mais voluntários seguiram para o Oriente. Os contingentes seguiam por nacionalidades, continuando pouco organizados. As motivações eram variáveis: se alguns pretendiam obter novos feudos, ou redimir-se das suas faltas, havia também aqueles que “apenas” pretendiam ganhar batalhas, cobrir-se de glória, bênçãos espirituais, e voltar para a sua terra.
 
Os governantes cruzados encontravam-se em grande desvantagem numérica em relação às populações muçulmanas que eles tentavam controlar. Assim, construíram castelos e contrataram tropas mercenárias para mantê-los sob controle. A cultura e a religião dos francos era muito estranha para cativar os residentes da região.
 

 
Por aproximadamente um século, os dois lados mantiveram um clássico conflito de guerrilha. Os cavaleiros francos eram muito fortes, mas lentos. Os árabes não agüentavam um ataque da cavalaria pesada, mas podiam cavalgar em círculo em volta dela, na esperança de incapacitar as unidades dos francos e fazer emboscadas no deserto. Os reinos cruzados localizavam-se, em sua maioria, no litoral, pelo qual eles podiam receber suprimentos e reforços, mas as constantes incursões e o infeliz populacho mostravam que eles não eram um sucesso econômico.

Ordens de monges cavaleiros foram formadas para lutar pelas terras sagradas. Os cavaleiros templários e hospitalários eram, em sua maioria, francos. Os cavaleiros teutônicos (Teutonicorum) eram germânicos. Esses eram os mais bravios e determinados dos cruzados, mas nunca foram suficientes para fazer a região ficar segura, ao contrário do que é ensinado nas escolas. Os reinos cruzados só sobreviveram por um tempo, em parte porque aprenderam a negociar, conciliar e jogar os diferentes grupos árabes uns contra os outros (mas onde que a educação escolar católica brasileira vai admitir que os “guerreiros de Deus” negociavam, manipulavam e conciliavam com os hereges?).
 
Via Msmacom e histoblogsu.

2 comentários

Unknown disse...

grazie per essere fra i miei sostenitori ....

Sayonara Melo disse...

Muito bom post. Sou muito fã da História em geral, mas este período medievo desperta demais minha curiosidade. Um abraço

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